POETIZANDO Nº 50
(edição Outono/Inverno)
HAICAIS
Em qualquer lugar
Onde se deixem as coisas,
As sombras do outono.
Kyoshi
Onde se deixem as coisas,
As sombras do outono.
Kyoshi
*
Ao mirar o espelho,
Na primeira manhã de outono,
O rosto do pai.
Kijô
*
Na primeira manhã de outono,
O rosto do pai.
Kijô
*
O ano chega ao fim —
Capa de chuva nas costas
E sandálias nos pés.
Bashô
*
No meio da
noite,
A voz das pessoas que passam —
Que frio!
Yaha
A voz das pessoas que passam —
Que frio!
Yaha
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AUTORES DO MÊS
MARÇO outono
CAMILO FERREIRA BOTELHO CASTELO BRANCO, escritor português,
nasceu em Encarnação, Lisboa, a 16 de março de 1825 e faleceu em São Miguel de
Seide, Famalicão, Portugal, a 1º de junho de 1890. Foi 1º visconde de Correia
Botelho, título concedido pelo rei D. Luís. Considerado um dos escritores mais
prolíferos da língua portuguesa. Teve vida atribulada, na qual se inspirou para
suas novelas. Primeiro escritor da língua portuguesa a viver exclusivamente de
seus escritos literários, conseguindo manter uma escrita original. Foi educado
na infância e adolescência pelos clássicos portugueses, latinos e literatura
eclesiástica. Com 16 anos casou com Joaquina Pereira de França, filha de
lavradores. Essa paixão juvenil acaba no ano seguinte. Seu caráter instável,
irrequieto e irreverente constituiu vários amores tumultuosos. Foi preso e
espancado depois de participar de uma guerrilha. A partir de 1848, participou
da vida boêmia repleta de paixões, bares, salões e jornalismo. Apaixona-se por
uma mulher casada, Ana Augusta Vieira Plácido, seduzindo-a e raptando-a. Descobertos,
foram enviados à Cadeia da Relação, no Porto. Foram absolvidos do crime de
adultério pelo Juiz José Maria de Almeida Teixeira de Queirós (pai de Eça de
Queirós). Camilo teve dois filhos com ela. Com família numerosa, começa a
escrever alucinadamente para suprir os gastos. Em 1870 passa a viver na Vila do
Conde, onde passa a escrever com maior frequência. Casa-se finalmente a 9 de
março de 1888 com Ana Plácido, passando os últimos anos ao seu lado. Cometeu suicídio.
Algumas Obras: Livro Negro de Padre Dinis
(1855), Onde Está a Felicidade? (1856), Lágrimas Abençoadas (1857), Vingança
(1858), Doze Casamentos Felizes (1861), O Romance de um Homem Rico (1861), As
Três Irmãs (1862), Amor de Perdição (1862), Memórias do Cárcere (1882), O Bem e
o Mal (1863), Memórias de Guilherme do Amaral (1863), Amor de Salvação (1864),
O Esqueleto (1865), A Sereia (1865), A Enjeitada (1866), O Judeu (1866), O Olho
de Vidro (1866), O Brilhantes do Brasileiro (1869), Novelas do Ninho
(1875-1877), Eusébio Macário (1879), A Brasileira de Prazins (1882), Vulcões de
Lama (1886), O Clero e o Sr. Alexandre Herculano (1850).
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